Segundo o historiador Clóvis Moura, seguramente se pode afirmar que 40% do total de africanos retirados do continente negro durante a existência do tráfico, foram embarcados no Brasil. Quando o assunto é a entrada de escravos negros na Bahia, o escritor Viana Filho calcula um milhão e cem mil até a declaração da ilegalidade do tráfico. Trazido como imigrante forçado e, mais que isso, como escravo, o negro não apenas povoou nosso País, como lhe deu prosperidade econômica através de seu trabalho, como também trouxe suas culturas, que deram o ethos fundamental à cultura brasileira. Não há uma só área em que o negro não introduzisse seus modos peculiares de vida: religião, indumentária, culinária, música, língua, costumes, arte, política, etc. Por isso é que Clóvis Moura ressalta que “a história do negro no Brasil confunde-se e identifica-se com a formação da própria nação brasileira e acompanha a sua evolução histórica e social”.
A Escravidão Africana
A substituição da mão-de-obra escrava indígena pela africana ocorreu, progressivamente, a partir de 1570. As principais formas de resistência indígena à escravidão foram as guerras, as fugas e a recusa ao trabalho, além da morte de uma parcela significativa deles. Segundo o historiador Boris Fausto, morreram em torno de 60 mil índios, entre os anos de 1562 e 1563. As causas eram doenças contraídas pelo contato com os brancos, especialmente os jesuítas: sarampo, varíola e gripe, para as quais não tinham defesa biológica. Outro fator bastante importante, se não o mais importante, na substituição de mão-de-obra indígena pela africana, era a necessidade de uma melhor organização da produção açucareira, que assumia um papel cada vez mais importante na economia colonial. Para conseguir dar conta dessa expansão e demanda externa, tornou-se necessária uma mão-de-obra cada vez mais especializada, como a dos africanos, que já lidavam com essa atividade nas propriedades dos portugueses, na Ilha da Madeira, litoral da África.
Nessa época, a Coroa começou a tomar medidas contra a escravização dos indígenas, restringindo as situações em que isso poderia ocorrer, como: em "guerras justas", isto é, conflitos considerados necessários à defesa dos colonos, que assim, poderiam aprisionar e escravizar os indígenas, ou ainda a título de punição pela prática da antropofagia. Podia-se escravizá-los, também, como forma de "resgate", isto é, comprando os indígenas aprisionados por tribos inimigas, que estavam prontas a devorá-los.
Ao longo desse processo os portugueses já tinham percebido a maior habilidade dos africanos, tanto no trato com a agricultura em geral, quanto em atividades especializadas, como o fabrico do açúcar e trabalhos com ferro e gado. Além disso havia o fato de que, enquanto os portugueses utilizaram a mão-de-obra indígena, puderam acumular os recursos necessários para comprar os africanos. Essa aquisição era considerada investimento bastante lucrativo, pois os escravos negros tinham um excelente rendimento no trabalho.
Fonte:http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/escr_africana.html#imagem3-26-amp.html
http://agenciadenoticiasupb2007.blogspot.com/2007/11/no-dia-da-conscincia-uma-reflexo-sobre.html
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